O navio foi vítima do tempo ruim próximo de Cabo Mendocino, e antes de sair de curso, chocou-se com um recife e começou a fazer água. A tripulação e passageiros, no total 181 homens, mulheres e crianças, começaram a ser acomodados rapidamente em botes salva vidas, mas na pressa para evacuar o navio dois dos sete botes viraram lançando as pobres almas no mar gelado. Houve relatos também de brigas e de desespero no momento em que o Valencia começou a adernar. Botes ocupados por poucos passageiros também não retornaram para prestar socorro aos que ainda estavam no vapor.
Enquanto a tripulação nos cinco botes aguardava o salvamento, o navio afundava lentamente no horizonte. Os gritos ouvidos à distância desaparecendo lentamente. O salvamento veio no dia seguinte, mas antes, os botes atravessaram um denso nevoeiro que havia se formado. Quando enfim a guarda costeira se apresentou para o resgate outro bote, o de número 5, havia desaparecido sem deixar vestígios. Os sobreviventes afirmaram não ter ouvido gritos ou som de água espirrando.
Dos 180 passageiros, apenas 37 foram resgatados com vida.
Cinco meses depois, um navio pesqueiro afirmou ter encontrado um bote salva vidas com 8 cadáveres à bordo dentro de uma caverna numa ilha. Um grupo de buscas tentou recuperar os cadáveres mas não encontrou nada. Graças ao seu dramático fim, o Valencia se tornou fonte de várias estórias sobre fantasmas. Marinheiros repetidas vezes alegaram ter visto um navio espectral descrito como o Valencia próximo a Pachena Point.
Em um bizarro acontecimento, 27 anos depois de afundar, um botes salva vidas foi encontrado flutuando tranquilamente perto de Barkley Sound. O bote estava em condições surpreendentemente boas, com a tinta original ainda visível e a placa de identificação que não deixava dúvidas se tratar do bote número 5 do Valencia, desaparecido em meio ao nevoeiro. O bote está em exposição até hoje no Museu Náutico da Colúmbia Britânica.
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