domingo, 30 de janeiro de 2011

Okiku, a boneca viva

Mais uma lenda japonesa. Kikuko tinha três anos de idade quando adoeceu gravemente. Era agosto de 1932. Seu irmão visitava a cidade de Sapporo,Hokkaido (Ilha ao norte do Japão) quando viu uma boneca e comprou-a para Kikuko. A pequenina adorou a boneca e não mais separou-se dela, nem por um momento. Porém a doença agravou-se e em janeiro de 1933 Kikuko faleceu. É costume no dia da cremação do corpo colocar os objetos que a pessoa mais gostava dentro do caixão para ser cremado junto. Na ocasião porém, a familia no auge da dor da separação esqueceu-se de colocar a boneca junto a menina. Após a cremação a boneca, que recebeu o nome de Okiku, foi colocada no oratório ao lado das cinzas da criança, onde a família fazia as orações. Com o passar do tempo começaram a perceber que o cabelo da boneca parecia crescer.
Na década de 40 veio a guerra e a família teve de fugir para o interior, deixando a boneca com os sacerdotes do templo Mannenji, que a guardaram juntamente com as cinzas de Kikuko. Com o fim da guerra a família voltou para a cidade, procuraram pelos seus pertences no templo, onde perceberam com espanto que os cabelos da boneca não pararam de crescer. A pedido do irmão da menina a boneca continuou no templo. A imprensa mostrou o fenômeno, o que chamou a atenção de pesquisadores para que fosse dada uma explicação científica para o caso, o que não aconteceu até hoje.
O templo que fica em Hokkaido é visitado por turistas e curiosos que querem ver a fantástica transformação da boneca. Há controvérsias, mas dizem que as transformações são visíveis.
O cabelo antes nos ombros agora chega à cintura. Os lábios antes cerrados, estão entreabertos e úmidos e seus olhos parecem olhar para as pessoas com expressões de quem tem vida.
Os japoneses levam muito a sério a vida após a morte e para eles, que reverenciam deuses e objetos, tudo é dotado de espírito e precisa ser queimado quando não é mais usado, em sinal de agradecimentos e para que descansem em paz após serviços prestados.

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