domingo, 23 de janeiro de 2011

Constellation

O mais antigo navio da frota americana é uma fragata à vela, veloz nave de guerra. Foi construída entre 1794 e 1798 e equipada com 36 canhões. Depois de 63 anos de históricos serviços prestados à Marinha dos Estados Unidos, foi "encostada". Durante alguns anos, reformada, serviu como navio-escola da Academia Naval de Annapolis [Maryland]. Enfim, desativada e abandonada começava a deteriorar quando, por iniciativa dos cidadãos de Baltimore [também em Maryland], foi restaurada e aberta à visitação pública, em 1968.
Logo, o zelador do navio começou a suspeitar de assombrações baseado em relatos de visitantes que testemunharam estranhas aparições. O caso chamou a atenção do pesquisador de fenômenos paranormais Hans Holzer que começou a investigar auxiliado pela medium Sybil Leek. As impressões da medium, devidamente gravadas e documentadas passaram à análise do pesquisador. Foi comprovado que as personagens das visões de Leek no Constellation tinham, de fato, existido. Eram quatro fantasmas e pertenciam a épocas diferentes.
O Capitão Thomas Thruxtum, que em 1799 comandou uma batalha naval contra o navio francês l'Imergent. Thruxtum descobriu um marujo, Neil Harvey, que devia estar de sentinela, escondido, com medo no meio da luta. Condenou-o à morte na boca do canhão nº 3, morte indigna, reservada aos traidores e covardes. O capitão e o condenados eram as duas assombrações mais antigas. Um jovem grumete era a terceira: fora assassinado por dois marinheiros, à bordo, em 1822. O fantasma mais recente era o dinamarquês Carl Hansen, que dedicou sua vida ao navio como vigia; morava na embarcação. Aposentado de sua função em 1963, jamais se acostumou com a vida longe do barco. Já velho, morreu sozinho num asilo, sem família, sem lar, sem amigos. Desencarnado, voltou a habitar o Constellation, única referência afetiva tinha neste mundo.

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