Conhecida como uma “anomalia urbanística”, Kowloon, na área da Hong-Kong, possuía aproximadamente 50.000 habitantes distribuídos numa área de 0,026km² (1.900.000 pessoas por km²). E era, oficialmente, o local mais densamente populacional do mundo.
A cidade nascera no século XIX, durante a ocupação inglesa na China, funcionando como uma base militar, com então 700 habitantes. Num acordo que cedia Hong-Kong para os ingleses, Kowloon foi excluída da área e ficou sob domínio chinês. Mas quando a Inglaterra quebrou o acordo e invadiu a cidadela para ter toda área de Hong-Kong sob seu poder, encontrou-a completamente abandonada e deixou-a em segundo plano.Foi só em 1940 que Kowloon voltou a ser habitada. Contando então com uma população alta, a cidadela virou ponto turístico para aqueles que queriam rever a China antiga em suas vielas, já que o comunismo avançava sobre o país. Mas durante a 2ª Guerra o Japão destruíu as muralhas e parte do lugar, deixando-a novamente abandonada e desolada. Voltando a ser reocupada só depois da rendição dos nipônicos perante à batalha, mas agora sem suas muralhas, o que a transformou em um refúgio para bandidos e viciados. Resistiram às investidas inglesas, à polícia de Hong-Kong que sequer podia entrar lá, e foram completamente ignorados pela China continental. Kowloon agora se tornava uma Cidadela Proíbida. Kowloon começou a crescer de forma descontrolada. Prédios, ruas e becos começaram a se fundir, transformando-se em um enorme labirinto, totalmente sem lei. Curiosamente, a estatística de crimes era abaixo da de Hong-Kong, por não haver repressão sobre os moradores. Finalmente, nos anos 80, a Inglaterra e a China concordaram que Kowloon não podia mais existir por causa da falta de leis, ordem e as péssimas condições de seus habitantes. A cidade fora demolida em 1993 e seus habitantes foram movidos para outras áreas próximas. Hoje um parque ocupa o local da extinta “Cidade das Sombras”.
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