Também conhecido como Anguera ou Generoso. Trata-se de um espírito amistoso que habita os pampas gaúchos.
Angoera foi um índio guarani, de porte atlético, muito valente e corajoso. Era, no entanto, sisudo, tristonho e taciturno. Serviu como guia para os padres missioneiros ao virem do Uruguai. Mostrou-lhes os melhores sítios e auxiliou-os na construção de todas as igrejas dos Sete Povos das Missões. Os jesuítas o batizaram com o nome de Generoso. Após o batismo, seu temperamento mudou totalmente, tornando-se alegre, folgazão, doido por cantos e danças.
Certo dia, chamou o padre, confessou-se e morreu. Seu cadáver manteve a mesma fisionomia feliz que possuía em vida. Todos choraram sua morte, pois era muito estimado. Devido a alguma razão desconhecida, virou um fantasma. Desde então, sua alma se diverte pelo mundo, estalando o forro dos tetos ou as tábuas do assoalho, vibrando as cordas da viola, tremendo a chama das candeias e assobiando pelas frestas de portas e janelas.
Muitas vezes, sua presença é sentida nos bailes em forma de um sapateado ao ritmo da viola. Ninguém o vê, só suas pisadas são ouvidas.
Na língua guarani angoera significa o espectro, a alma penada, que não foi para o outro mundo e assalta os viajantes, assombrando-os. Contudo, o fantasma de Generoso não assusta ninguém e age mais como um velho amigo que vem visitar seus camaradas.
Como eliminá-lo? Não a necessidade, pois trata-se de um espírito passageiro que não fará mal algum.
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