Quem passa pela rua dos Coelhos, no bairro de mesmo nome em Recife e vê aquele prédio velho e imponente, nem pode imaginar as histórias envolvendo as assombrações que lá moram. O Hospital Pedro II foi fundado em 1861. Atualmente não funciona mais como unidade hospitalar. Apenas abriga órgãos administrativos da Secretaria Estadual de Saúde. Mas, durante décadas, serviu como hospital das clínicas, onde jovens médicos residentes se dedicaram a aprender o ofício curar pessoas. E foram estes iniciantes que mais testemunharam aparições e fenômenos sobrenaturais no local. Os longos e escuros corredores eram passagem obrigatória para se chegar à emergência. À noite, estranhos barulhos eram ouvidos, sem que se identificasse o que os estava provocando.
Um dos mais intrigantes casos envolveu justamente três jovens recém-formados que faziam residência naquele hospital. Numa noite alta, os três residentes estavam de plantão, quando foram chamados à emergência, pois uma senhora lá estava a ponto de morrer. Um deles foi na frente, enquanto os outros dois foram buscar as caixas com instrumentos de primeiros socorros. E no longo corredor, viram quando seu colega esbarrou violentamente em uma senhora que vinha em sentido contrário e caiu ao chão. Acharam extremamente deselegante da parte do amigo o fato de que o mesmo nem sequer pediu desculpas à pobre senhora. Ao comentarem o fato com o rapaz, ouviram o comentário surpreso: "Senhora? Que senhora? Eu tropecei e caí sozinho, não esbarrei em nenhuma senhora!".
Havia já alguns tipos conhecidos. Uma mulher de branco, um velho acompanhado de uma criança, um rapaz risonho e vários outros "moradores" das dependências do hospital. Mas nenhum outro fantasma causava mais medo do que uma misteriosa freira. Conta-se que sempre que a religiosa do além aparecia, algum paciente morria na mesma noite. Ela viria para visitar, dar um alento, ou mesmo para preparar a passagem do doente desta para melhor.
Hoje em dia já não são vistas tantas assombrações no prédio antigo, mas o hospital ainda guarda aquela mesma aura macabra que sempre o caracterizou. Os funcionários administrativos que lá trabalham ainda ouvem sons estranhos, ruídos, passos, risadas. Por via das dúvidas, o expediente só vai até as 6 da tarde. Ninguém se aventura a ficar dentro do edifício até altas horas da noite. O plantão noturno é feito só pelas almas penadas.
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